Preço do café sobe 40% em um ano e gera revolta entre consumidores

Aumento nos custos de produção, mudanças climáticas e alta demanda internacional pressionam preços do café no mercado interno

O preço do café subiu cerca de 40% nos últimos 12 meses, gerando insatisfação entre consumidores e preocupação entre especialistas. O aumento, que já impacta o bolso dos brasileiros, é resultado de uma combinação de fatores, incluindo mudanças climáticas, custos elevados de produção e alta demanda no mercado internacional. O cenário tem levado muitos consumidores a reduzirem o consumo ou a buscar alternativas mais baratas.

Causas do aumento

  1. Mudanças climáticas: Geadas e secas em regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo, afetaram a safra de café, reduzindo a oferta e pressionando os preços.
  2. Custos de produção: O aumento nos preços de insumos como fertilizantes, defensivos agrícolas e combustíveis elevou os custos para os produtores, que repassaram parte desse valor ao consumidor final.
  3. Demanda internacional: A alta procura por café no mercado global, especialmente em países como Estados Unidos e China, tem reduzido a disponibilidade do produto no mercado interno.
  4. Valorização do dólar: A cotação elevada da moeda americana encarece as exportações, incentivando produtores a venderem para o exterior em vez de abastecer o mercado doméstico.

Impacto no consumidor

O aumento de 40% no preço do café tem gerado revolta entre os consumidores, que veem o produto, considerado essencial no dia a dia dos brasileiros, ficar cada vez mais caro. Muitos relataram ter reduzido o consumo ou optado por marcas mais baratas e de qualidade inferior.

“O café é um item básico na minha casa, mas está ficando impossível comprar. Estou tentando diminuir a quantidade que uso ou até misturar com outros produtos para render mais”, desabafa Maria Silva, dona de casa de Belo Horizonte.

Reação do setor

Associações de produtores e representantes do setor afirmam que o aumento nos preços é inevitável diante dos custos elevados e das condições climáticas adversas. Eles destacam que o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, enfrenta desafios logísticos e estruturais que impactam a cadeia produtiva.

“Estamos trabalhando para minimizar os impactos, mas a realidade é que os custos subiram muito, e o clima não tem ajudado. Precisamos de políticas públicas que apoiem o setor e garantam a sustentabilidade da produção”, afirma Carlos Melles, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).

Perspectivas para o futuro

Especialistas alertam que os preços do café devem continuar elevados nos próximos meses, especialmente se as condições climáticas não melhorarem. A expectativa é que a próxima safra, prevista para o segundo semestre de 2024, traga algum alívio, mas isso dependerá de fatores como o clima e a estabilização dos custos de produção.

Enquanto isso, os consumidores seguem buscando alternativas para economizar, como comprar café em grãos e moer em casa, optar por marcas menos conhecidas ou reduzir o consumo.

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