Retaliação de Pequim ao anúncio de tarifas por Trump amplia temores de recessão global e derruba mercados financeiros

A China retaliou com firmeza às tarifas impostas pelo governo dos EUA, anunciando nesta sexta-feira (4/4/2025) tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos, válidas a partir de 10 de abril. A medida é uma resposta direta aos 54% de taxação decretados por Donald Trump na quarta-feira (2/4), que já haviam provocado queda nas bolsas globais 25.
Além das tarifas, Pequim restringiu a exportação de terras-raras (como samário e ítrio) para os EUA, essenciais para indústrias de alta tecnologia, e incluiu 11 empresas americanas em sua lista de “entidades não confiáveis”, incluindo fabricantes de drones vinculados a vendas de armas para Taiwan 25.
Impacto nos Mercados Financeiros
O anúncio chinês acelerou a onda de pânico nos mercados:
- EUA: Dow Jones caiu 2,4%, S&P 500 recuou 2,8% e Nasdaq entrou em território de “bear market” (queda de 20% desde o pico de dezembro/2024) 611.
- Europa: FTSE 100 (Reino Unido) teve o pior desempenho semanal desde 2020, com queda de 3,9%, enquanto índices na Alemanha e França caíram mais de 3% 1115.
- Ásia: Bolsa de Tóquiu registrou a pior semana em anos, com bancos japoneses em crise 515.
Empresas com forte exposição à China, como Apple (-9,5%), Tesla (-6%) e Nvidia, lideraram as perdas. Setores como petróleo e saúde também foram impactados, com a GE Healthcare despencando 6,9% devido a controles de exportação de metais usados em ressonâncias magnéticas 48.
Risco de Recessão e Reações Globais
Analistas elevam a probabilidade de recessão global para 60%, com temores de que a guerra comercial reduza o crescimento econômico mundial ao menor nível desde 2008 515. Ações emergenciais incluem:
- UE: Preparando tarifas retaliatórias contra produtos americanos, como suco de laranja e motos Harley-Davidson 15.
- Japão: O primeiro-ministro Shigeru Ishiba classificou as tarifas como “crise nacional” 5.
- Reino Unido: Ameaça retaliar, mas prioriza negociação com Washington 15.
Enquanto Trump insiste que as tarifas trarão “prosperidade” e acusa a China de “pânico” 11, o secretário de Estado Marco Rubio minimizou o crash, afirmando que os mercados “se ajustarão” 2.
Contexto e Próximos Passos
A disputa marca o ápice de tensões comerciais iniciadas em 2018, agora agravadas por tarifas que atingem até 50% em alguns países. Pequim ainda abriu uma disputa na OMC, alegando violação das regras de comércio internacional 25.
O que esperar:
- Se as tarifas persistirem, consumidores americanos podem enfrentar aumento de preços (ex.: iPhone custando até US$ 2.300) 5.
- Setores como automotivo e têxtil já preveem demissões e fechamento de fábricas 13.
- A decisão final de Trump sobre manter ou negociar as tarifas definirá o rumo da economia global nas próximas semanas.
Fontes: Al Jazeera | The Guardian | Straits Times.