Medida protecionista, baseada na Lei de Expansão do Comércio, visa proteger a indústria americana, mas pode gerar retaliações e tensões comerciais globais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10/02) um decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, sem exceções ou isenções. A medida afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos para os EUA, e reacende o temor de uma guerra comercial global.
Impacto no Brasil
- Exportações: Os EUA são o destino de 48% das exportações de aço e 16% das de alumínio do Brasil, totalizando US$ 5,7 bilhões em vendas para o mercado americano em 2024.
- Setor siderúrgico: Empresas como Gerdau, CSN, Usiminas e CBA podem enfrentar desafios para manter sua competitividade no mercado norte-americano. A Gerdau, por exemplo, pode se beneficiar parcialmente devido à sua produção local nos EUA, mas outras empresas terão dificuldades.
- Possíveis retaliações: O governo brasileiro estuda medidas de resposta, como a taxação de empresas de tecnologia norte-americanas, mas ainda aguarda uma decisão oficial antes de se manifestar.

Contexto da medida
A decisão de Trump é baseada na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, que permite ao presidente impor restrições comerciais por motivos de segurança nacional. Ele argumenta que a medida é necessária para proteger a indústria americana de práticas desleais de concorrentes estrangeiros, como o aumento das exportações de aço e alumínio para os EUA.
Reações internacionais
- Canadá e México: Os dois países, que são os maiores fornecedores de aço e alumínio para os EUA, já expressaram preocupação com a medida. O Canadá, por exemplo, é responsável por 23% das importações de aço dos EUA.
- China: Apesar de não ser um grande exportador direto de aço para os EUA, a China já retaliou com tarifas sobre produtos americanos, como carvão e gás natural liquefeito.
- União Europeia: A UE afirmou que tomará medidas para proteger seus interesses comerciais, classificando as tarifas como injustificadas.


Consequências globais
A medida pode aumentar os custos de produção nos EUA, já que o aço e o alumínio são insumos essenciais para setores como automotivo, construção civil e infraestrutura. Além disso, a imposição de tarifas pode levar a uma escalada de retaliações, afetando a economia global e os consumidores.
Perspectivas futuras
O governo brasileiro adotou uma postura cautelosa, aguardando o desenrolar dos eventos antes de tomar medidas concretas. No entanto, especialistas alertam que o país pode retaliar com tarifas sobre produtos americanos, especialmente aqueles que afetam a base eleitoral de Trump.